Lendo alguns comentários tanto os que me enviaram no próprio Blog Frenesi, como em alguns fóruns que o texto esta sendo discutido e também em outros Blog’s onde ‘’Crentes Bastardos’’ foi postado, pude perceber algumas questões relevantes para refletir ainda mais sobre o assunto e vi a necessidade de esclarecer alguns pontos.
Primeiro que em momento algum eu defendo a idéia equivocada de que só existe cristão dentro da ‘’igreja-instituição’’, até mesmo porque eu entraria em contradição com minha própria condição, já que faz uma década que não participo mais desse sistema, como citei no texto anterior há sete anos compartilho da fé em Cristo com outras pessoas em reuniões caseiras, fazemos a comunhão dos santos de uma maneira bem simples, voltando nossa atenção para orientação de pessoas carentes de Deus e de amor, dedicando nosso tempo a atender crianças carentes(ou não, e também seus pais) em suas necessidades sejam elas físicas, materiais ou espirituais. Durante esses anos, alguns apenas passaram por nós, outros escolhem ficar, fazer parte da família e ajudar. Mas...
Voltando a questão, é cristão aquele que segue a Cristo, e isso independe de localidade. Não imagino se quer, pensar diferente dessa obviedade.
Desistir do sistema ou ser abandonado por ele não torna alguém um crente bastardo, mas pode ser meio pra que isso aconteça. É este o ponto.
Passei três anos acreditando que por ter sido liberta da instituição e da consciência institucional havia me tornando uma cristã "melhor do que os outros", inconscientemente estava me tornando quase auto-suficiente. Mais tarde um pouco mais madura e constrangida pela Palavra acabei percebendo que ainda que tivesse alcançado uma consciência livre em Cristo, nada disso faria alguma diferença se servisse apenas para que "eu" me sentisse melhor. Percebi que estava me tornando uma crente bastarda, correndo o risco de desenvolver uma fé estéril (Tg.2:26), preocupada apenas com "meu" crescimento cristão e bem estar espiritual, estava começando a esquecer que os frutos de um cristão são reflexos da Graça em atos, atos estes que refletem no meio e diretamente nas pessoas. Se posso ver um pouco mais além do que outros, se minha fé não é cega como a de alguns então que eu seja suporte(Rm.15:1), estando eu dentro ou fora da instituição.
Nunca defendi a instituição como um sistema puro de valores simples, reconheço que esta sempre esteve suja, desdo início tanto a ICAR quanto a instituição Protestante tinham seus objetivos políticos, ambas surgiram para sustentar objetivos humanos. Institucionalizada a fé cristã se distanciou fortemente de suas origens e desonrosamente se voltou contra o próprio Cristo, crucificando-o ao defender os interesses dos poderosos, negligenciando e oprimindo os simples. Ainda assim, a ‘’igreja’’ organizada como instituição serviu e em muitos casos ainda serve como um dos muitos meios que existem para que o Evangelho seja pregado.
É fato que o compartilhar da nossa fé em Cristo e a comunhão dos santos não depende do ritual religioso, mas ambos são imprescindíveis ao cristão. Já que o objetivo do Evangelho não é alimentar apenas uma fé individual.
Acredito no cristão apesar da ‘’igreja’’ SIM, já que os valores puros e simples que Cristo nos ensina nem sempre são ensinados por ela, mas nem por isso defendo um movimento de exterminador do futuro versus instituição. Não consigo enxergar gloria em dedicar minha vida tentando convencer as pessoas a saírem da ''igreja'', até mesmo porque eu não daria conta delas depois.
Vejo êxito em nunca desistirmos de proclamar e viver a Verdade que é Cristo, isso independente de permanecer no sistema ou não. É O PERMANECER EM CRISTO que deve ser o nosso alvo. Se permanecermos Nele, e Ele em nós, daremos muitos frutos; porque sem Ele nada podemos fazer(Jo. 15:1-8).
Quando falo de obras ou frutos em momento algum me refiro á algum conceito institucional ou coisa parecida, até mesmo porque pra mim os únicos conceitos que valem a pena dar ouvidos são os que Cristo nos deixou e estes falam de frutos e obras como prática de amor(Jo.15), que é consequência de uma vida transformada pela Graça. É a estes frutos que me refiro àqueles que refletem a graça de Cristo em atos que alcançam outros.
Não confundam pratica de fé e conduta com imposição ativista e sobrecarga de ''igreja''. O ''fazer'' imposto pela instituição ou pela consciência institucionalizada em momento algum é o que Cristo nos ensina ‘’a fazer’’(Mat.22:37-39).
Tem muita gente que mesmo saindo da instituição não se livra do pensamento institucional, mesmo aversos ao sistema só conseguem enxergar pelo angulo da instituição e com isso surge á onda de ''nos somos a verdadeira igreja, detentores do verdadeiro evangelho'', e a chuva de pedra se intensifica. Tenho visto muitos jogando pedra pra todo lado sem no mínimo entender o porque. As tochas nas mãos já começam aparecer, geralmente carregadas por eles, os bastardos amargurados ou cheios da razão.
''...os que dizem acordar, mas levantam a bandeira da hostilidade gratuíta, de fato não acordaram. E a história se repete... os evangélicos nasceram com a convicção de derrotar a igreja católica, que era e ainda é o mal do mundo. E os bastardos estão com a mesma convicção com relação à igreja evangélica, que, também é o mal do mundo.'' - (comentario feito em um forum da web onde o tema foi discutido)
Constatar o fracasso do cristianismo não pode ser o fim da linha para um seguidor de Cristo Jesus, é preciso tentar sobreviver em meio aos escombros da decadente historia do ocidente cristão, e sobreviver significativamente. Então todo cuidado é pouco.
Povo, não degenere, estando você fazendo parte de uma instituição ou não, busque orientação adequada para consolidar sua fé em Cristo, e permaneça Nele e deixe que Ele permaneça em você, a consequência será frutos, muitos frutos.
Povo, não degenere, estando você fazendo parte de uma instituição ou não, busque orientação adequada para consolidar sua fé em Cristo, e permaneça Nele e deixe que Ele permaneça em você, a consequência será frutos, muitos frutos.
"Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos." Jo.15:5, 8
É preciso correr sim, mas não como a coisa incerta; precisamos combater, mas não como batendo no ar(ICor.9:26). Lutemos o bom combate sem nos esquecer de guardar a nossa fé.
"Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que,
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado."
pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma
maneira a ficar reprovado."
ICor. 9:27
Por Cris Corrêa
Cris, gostei muito da sua abordagem. É óbvio para uma mente crítica constatar que a instituição cristã está falida há muito tempo, com raríssimas excessões. Eu estou na igreja há mais de 30 anos e já vi muita coisa acontecer que levaram a instituição a se tornar isto que agente vê aí.
ResponderExcluirOs que deixaram a instituição só não podem cair no erro de começar uma "nova visão", como você comenta, de negar a instituição oficial e começar a sua própria, pois seria mais do mesmo.
Eu ainda sou membrado oficialmente mas não deixo de ser crítico. E vou além: a crise não é só institucional, a crise é principalmente, teológica.
Creio que a maioria dos nossos dogmas teológicos estão caducos, perderam a capacidade de dizer alguma coisa ao mundo pós-moderno, àquele que pensa e que não é religioso.
A religião está profundamente desacreditada. Se ela falhou em conviver com outras religiões diferentes de si, como querer ter um discurso para o mundo?
Mas a cada dia, o âmbito espiritual humano é mais falado, comentado, estudado, buscado. O homem do futuro será espiritual mas não religioso.
Nossas concepções sobre Deus precisam ser mudadas. O Deus das religiões fracassaram, inclusive o Deus judaico-cristão.
É por esse caminho que o meu pensamento está trilhando.
Visite-me, se quiser, no meu blog: saladopensamento.blogspot.com
um abraço, e vamos continuar dialogando.
Sim Eduardo, trocando email com um amigo sobre esse assunto ele me escreveu o seguinte:
ResponderExcluir"Muita gente entende que o versículo "suportai-vos uns aos outros" é uma obrigação de aguentar cara feia de irmãos, quando na verdade Paulo está dizendo: "sede suportes uns para os outros", ou seja, eu preciso estar ao lado das pessoas ajuda-las a crescer, a abandonar suas infantilidades, e estar ao lado delas para o que der e vier. Se Paulo fosse abandonar o barco pelos erros da igreja de Corinto, não teríamos textos maravilhos como ICo 13. Paulo não desistiu deles e ainda os chamou de "santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos. Apontar erros da igreja longe dela é bastante simplório. Difícil mesmo é "pegar o touro pelo chifre" todos os domingos. Se não quer conviver com os santos aqui, duvido que queiram passar a eternidade ao lado deles." - Pr. Daniel(dadaro@uol.com.br)
De fato é mais fácil ficar sentando olhando de fora assumindo o papel de crítico e nada mais do que isso. Devemos analisar tudo sim, ser criticos também mas não podemos nos dedicar única e exclusivamente a isso.
Confesso que não vejo nenhuma facilidade em estar dentro do "sistema". É bastante complicado entrar no ritmo da instituição e adaptar-se as liturgias rotineiras mas querendo ou não, gostando ou não existem pessoas que claramente dependem da instituição pra adquirir uma consciência, ainda que seja mínima e até mesmo limitada, de Cristo. Então devemos prezar por coerência e procurar orientar sempre dentro daquilo que Cristo nos deixou, focando no que de fato Ele ensina, com bastante paciência e muito cuidado pra não iniciar uma revolução sem causa, o objetivo não é matar ninguém.
A única revolução que devemos pregar é aquela que se inicia dentro do homem e transforma todo seu ser.
Bjo e volte sempre.